As questões éticas já foram abordadas neste webportfólio, contudo, agora centram-se especificamente no e-research.
Kanuka e Anderson (2007) focam 3 incertezas nesta área:
- Consentimento na participação;
- Propriedade privada ou pública;
- Confidencialidade e anonimato.
Uma das grandes questões que se coloca na internet passa por saber determinar quem é o proprietário do que se encontra neste vasto mundo online (com as divulgações constantes da wikileaks, ficamos com a sensação falaciosa de que tudo é do foro público). Se tivermos um blog como este e se inserirmos uma mensagem a avisar que poderá haver um tratamento de dados às mensagens aqui colocadas, será suficiente para termos o consentimento de quem escreve essa mensagem? E a Google, de que modo é que é proprietária deste espaço e em que termos? Este é um campo muito recente e acaba por ser natural a existência de várias e largas questões pouco consensuais.
O investigador terá que ter presente as questões de privacidade (controlo do acesso aos dados por terceiros), de confidencialidade (segurança dos dados) e o anonimato (não se conseguir identificar uma pessoa, a partir das características que constam nos dados). Como vemos, este é um grande desafio quando falamos em dados que estão depositados em ambientes online, na medida que nem sempre se consegue assegurar a garantia destes pressupostos, quando temos pessoas capazes de invadir e contaminar o sistema (como os hackers).
Quando fazemos recolha de dados online temos que ter em atenção a estas problemáticas e devemos passar sempre um conjunto de informações aos participantes:
- o propósito;
- a identidade do investigador;
- a duração do estudo;
- a natureza da participação;
- os procedimentos da investigação.
Um código deontológico é bom para que o investigador tenha uma ação correta. Por outro lado, a reflexão sobre os seus comportamentos deve estar sempre presente porque o código deontológico poderá não ser adequado a contextos emergentes. Afinal no e-research estamos a falar de um contexto diferente do presencial, que tem as suas particularidades e onde se constata a tendência natural de pegar naquele que é o comportamento ético que se deve ter presencialmente para aplicar ao virtual (o que muitas vezes poderá não ser adequado). Há que conseguir manter um equilíbrio entre estes dois pólos: o código deontológico e o sentido crítico do investigador.
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