1) Exploração (de algo que desconhecemos);
2) Aprofundamento (assuntos que necessitam de maior explicação para se entender a totalidade do seu fenómeno);
3) Verificação (domínios já suficientemente bem conhecidos que queremos verificar na sua aplicação e evolução em contextos diferentes);
4) Controlo (validação parcial dos resultados - aqui a entrevista não surge como método principal).
Deste modo encontramos 3 tipos de entrevistas que visam objectivos diferentes e que se estruturam de forma distinta.
De um modo geral, a linguagem em qualquer tipo de entrevista deve ser acessível e com um tema estimulante para o entrevistado, de forma a recolher o máximo de informação possível. O entrevistador deve clarificar o que se pretende daquela entrevista, quer da parte do entrevistado, como também do próprio entrevistador. Assim, num primeiro momento é estabelecida uma relação entre ambos os lados, para que se possam iniciar as questões. Ainda relativamente ao entrevistador, este deve mostrar sempre uma postura neutra e de interesse pelo que é dito pelo entrevistado.
Na entrevista não directiva/livre, o investigador inicia com um tema geral, suficientemente ambíguo, para que o entrevistado explane todas as suas ideias. Aqui é bastante usada a reformulação e o parafraseamento, para dar continuidade ao discurso do entrevistado, mas também para que ele esclareça um ponto menos desenvolvido e para o entrevistador mostrar que está atento e interessado no discurso do entrevistado.
Na entrevista semi-directiva/semi-estruturada o entrevistador segue, de forma aleatória, um conjunto de questões provenientes de um quadro teórico, de modo a aprofundar ou ver a evolução daquele domínio na população que está a investigar. Assim, aquilo que destingue a entrevista não directiva da semi-directiva é a utilização constante do quadro teórico que usámos para a construção do guião de entrevista. Aqui o discurso e o pensamento do entrevistado pode ser quebrado com uma outra questão, de modo a balizar a informação que se pretende recolher. Por outro lado o grau de ambiguidade é mais reduzido do que nas entrevistas não directivas.
Finalmente, na entrevista directiva/estruturada, há um conjunto de questões estandartizadas, colocadas numa ordem específica que visam a análise de objectivos muito específicos da investigação, de modo a que haja um grau de ambiguidade muito reduzido nas respostas dos entrevistados. Normalmente, este tipo de entrevista surge após o uso de outros métodos de recolha de informação.
Relativamente à forma como se regista a informação da entrevista poderemos usar o suporte áudio, o vídeo, ou então poderemos fazer notações no decorrer da entrevista. Após o processo de transcrição, um bom método usado para validar a informação recolhida passa pelo envio da transcrição para o entrevistado, de forma a que este proceda às correcções necessárias.
Recursos usados:
Bogdan, R. & Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.
Ghiglione, R. & Matalon, B. (2001). O Inquérito: teoria e prática. Oeiras: Celta Editora
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