20 de agosto de 2011

Análise de redes sociais

Hoje em dia, quando pensamos em análise de redes sociais, pensamos nas redes sociais que surgiram com a Web 2.0, contudo, a análise de redes sociais (também conhecida como análise sociométrica) é uma prática bem anterior ao Twitter, ao Youtube, ao Facebook ou a outras ferramentas sociais online.

Na educação, a análise da socioconfiguração das relações interpessoais tem sido um elemento presente, por exemplo, na constituição das turmas ou na resolução de problemas de uma turma em específico. Contudo, os media social trouxeram uma nova dimensão à educação e cada vez mais assistimos à integração destes nas práticas educativas. Sendo um aspeto emergente na educação, torna-se essencial a análise das redes sociais estabelecidas em situações de aprendizagem onde a comunicação é mediada por tecnologias online.

Wellman (2001) refere que quando um conjunto de pessoas se institui como grupo unido pela ligação que entre elas se estabelece através da Internet, a mesma se institui como rede social online; a world wide web, como meio de suporte à informação e comunicação, promove o contacto entre os membros, cultivando laços e fomentando a partilha de recursos. O mesmo autor chama a atenção para o facto da comunicação e interações mediadas por computador desenvolvidas entre agentes instigarem a formação de redes sociais e não de grupos.

Hanneman (2001) esclarece que a análise de redes sociais (online) pode assumir uma abordagem mais sociocêntrica (social-centered) ou egocêntrica (ego-centered). Numa abordagem sociocêntrica, as redes são estudadas enfatizando-se a totalidade dos agentes da rede e possíveis sub-redes; o foco é a análise estrutural da comunidade social em interacção. Por sua vez, a abordagem egocêntrica ou ego-centrada debruça-se sobre a posição e o papel de cada agente ou de determinado actor, especificamente; o foco está no papel social que um indivíduo desempenha em função da sua posição na rede. Ambas as abordagens se revelam complementares, providenciando informações diversificadas mas mutuamente envolvidas, revelando-se vantajoso, na análise de redes sociais online a conjugação de ambas as metodologias de análise.

Redes Sociais em Análise
Apesar da abordagem inicial à temática deste post, não podia deixar de falar da web 2.0 e da potencialidade desta na educação. As redes sociais são locais onde os indivíduos se expressam, estabelecem várias relações e interagem com outras pessoas. Num ambiente de aprendizagem, onde é usada uma rede social, para além destas necessidades inerentes às redes sociais, e de acordo com a Teoria da Aprendizagem Social de Bandura, os indivíduos têm uma atitude de comprometimento de modo a atingirem os produtos de aprendizagem. Neste processo, os indivíduos criam uma rede extensa de contactos, ao mesmo tempo que mantém um núcleo duro. Nessa interação, surgem muitas oportunidades para se ter acesso ao saber e a informações úteis sobre o meio em que estão inseridos, aos quais não se tem acesso muitas das vezes no ambiente real. Em termos educativos, os comportamentos tidos nas redes sociais estão associados aos sucessos académicos e da aprendizagem, a partir da criação de um sistema de informação, contacto e suporte.

Inevitavelmente a análise em torno das redes remetem-nos para o conetivismo de Siemens e, neste sentido, temos um enorme potencial de estudo enquanto área emergente no e-learning. Alguns estudos já tem sido levados a cabo, mas focalizam-se essencialmente na aprendizagem formal. Deste modo, deixo uma apresentação sobre o uso do Facebook na aprendizagem e partilha do conhecimento, que se centra nos estudos de Yan Yu, Wen Tian, Vogel e Chi-Wai Kwok (2010) e Foon Hew (2011).



Sem comentários: