29 de junho de 2008

Outras Questões Investigativas

Este espaço é dedicado a questões sobre a investigação que ainda não foram abordadas de forma explícita nos temas sobre os quais nos debruçámos, mas que acabaram por fazer parte de algumas das discussões que tivemos.

Observação participante e não participante

A observação é típica nas abordagens qualitativas e podemos catalogá-la como participante e não participante. Estes dois conceitos destinguem-se, grosso modo, pela forma como o investigador participa, ou não, na vida da comunidade que está a investigar. De facto são duas visões extremadas da observação, mas que do ponto de vista prático são muito pouco prováveis de acontecer. Assim, "os investigadores de campo situam-se algures entre estes dois extremos" (Bogdan & Biklen, 1994, p. 125), sendo que essa participação varia ao longo da investigação.

Na observação não participante, os nossos olhos funcionam como se de uma câmara de vídeo se tratassem, enquanto que na observação participante é necessário ter recursos como uma câmara de vídeo para poder registar de forma mais fidedigna os dados que se querem recolher. Assim, notamos que cada tipo de observação tem as suas limitações e é necessário recorrer a instrumentos diversificados de modo a colmatar essas lacunas. A escolha sobre qual deverá ser o papel do investigador acaba por ser definido de acordo com a investigação em si, mas também de acordo com as próprias características do investigador. Este pode sentir-se melhor num papel activo ou pelo contrário distante.

Como redigir um relatório

Na altura da análise dos paradigmas investigativos, analisou-se igualmente como se estrutura um relatório de investigação. Por seu turno, a análise que fizemos em torno de dois relatórios (um que seguia uma abordagem qualitativa e outro uma abordagem quantitativa) permitiu entender a forma como se estrutura um documento deste tipo. Parece ser consensual que o relatório deve estar estruturado com a introdução (onde surge o problema teórico, as questões investigativas, a revisão bibliográfica, as hipóteses e as variáveis), o método (com a indicação dos participantes, os intrumentos e os procedimentos), os resultados (consoante o tipo de abordagem a apresentação dos resultados varia) e a discussão.

Contudo, há outros aspectos a ter em conta na redacção de um relatório: capa, agradecimentos, índice, listas de tabelas e de figuras, resumo, referências bibliográficas, formatação, letra, espaços, tabelação, paginação, etc...

Provavelmente, um dos aspectos que sugere mais dúvidas é a forma como se fazem determinadas citações: um paper de um simpósio que se obteve numa base de dados online; um artigo de uma revista científica que não tem o nome do autor, mas temos a indicação de uma associação; ... Estes são alguns dos exemplos que podem suscitar dúvidas. A necessidade de haver um documento com normas sobre como redigir um relatório de investigação orienta e ajuda neste processo.

Recursos usados:

Bogdan, R. & Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.

Garcia-Marques, T. (2002). Como escrever um relatório de um estudo empírico?. Lisboa: ISPA.

Lopes, C. (2003). Citações & referências bibliográficas. Lisboa: ISPA.

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