O que entendemos por paradigma? E por métodos?
Os paradigmas são teorias ou modelos de referência que norteiam os procedimentos. Deste modo, são os paradigmas que definem os métodos a usar. Contudo, o paradigma não se traduz apenas pela definição metodológica; ele afecta a forma como se coloca o problema, o tipo de dados a recolher, a forma como se tratam esses dados e, inclusivé, as próprias conclusões.
Assim, os métodos dizem respeito a um conjunto de regras, usadas de forma racional e sistemática com o objectivo de atingir um fim, e são definidos pelo paradigma que o investigador utiliza.
Na investigação, existe uma controvérsia muito grande em torno do número de paradigmas. Habitualmente existem duas perspectivas base. Contudo, podemos afirmar a existência de, pelo menos 3 paradigmas:
- Qualitativo (empírico-analítico)
- Intermédio/Misto
- Quantitativo (humanista-interpretativo)
De uma forma muito sintética este quadro revela um pouco o que cada um pretende ao analisar os diferentes fenómenos.
Apesar dos fenómenos ajudarem a definir o tipo de investigação a implementar, existem outros factores como: variáveis, condições de controlo em que a investigação vai decorrer, a duração, entre outros factores.
Em relação à utilização dos métodos, se no caso do paradigma qualitativo é geralmente preferido o método indutivo, rapidamente se conclui que o método usado no paradigma quantitativo é o dedutivo. O primeiro é mais heurístico, mais exploratório, procurando deste modo, chegar a uma teoria a partir das evidências observadas. No método dedutivo o investigador constroi o seu trabalho a partir da teoria, para a criação de hipóteses, avançando para a réplica, a testagem, a explicação e o controlo dos fenómenos. No paradigma misto são usados os dois métodos.
Assim, encontramos um conjunto de desenhos de investigação que balizam as diferentes etapas e o tipo de materiais de recolha de informação.
Ainda sobre esta temática gostava de chamar a atenção para o que é designado de investigação-acção. Numa altura em que se fala bastante da ligação entre o mundo académico e o mundo real, a relação entre estes os dois pode ser crucial no desenvolvimento.
A definição do modelo de investigação permite a passagem às primeiras fases do processo de investigação. É neste processo de passagem, da definição do paradigma para o início investigação, que se define o problema que se vai investigar, chegando ao ponto de se confundir a definição do problema com a escolha do paradigma de investigação. Neste período é essencial um contacto com a teoria existente, a ligação com aquilo que se observa diariamente, a procura de fontes de informação, como por exemplo anteriores investigações e problemas já colocados por outros investigadores.
Recursos usados:
Almeida, L. & Freire, T. (2003). Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Braga: Psiquilibrios
Sem comentários:
Enviar um comentário