
Existem várias modalidades de investigação e consequentemente várias formas de formular problemas. Contudo, e de um modo geral, podemos encontrar três tipos de formulação de questões num problema:
É a partir daqui que se vai analisar a qualidade e a pertinência do problema, porque se este não tem qualquer tipo de relevância ou se não for exequível do ponto de vista do modus operandi da investigação, então não há lógica em colocar o problema, havendo necessidade de reiníciar o primeiro passo.
O modo como se formula o problema vai então determinar a estrutura da investigação (isto porque vai assentar num tipo de paradigma específico). Assim, é como se tivessemos um caminho inicial que se subdividisse em vários outros caminhos e que esses mesmos caminhos se fossem dividindo à medida que a investigação avança.
Retirado de Almeida & Freire (2003)
A estrutura do documento investigativo, em qualquer paradigma, não se altera substancialmente, excepto no seu conteúdo, acabando por seguir os seguintes pontos:
1) Capa (refiro este aspecto porque é importante que o título do trabalho tenha bem identificado os pontos teóricos);
2) Resumo (conteúdo do trabalho onde é identificado o problema, a população estudada, os instrumentos usados, o procedimento de recolha dos dados, os resultados principais e a conclusão);
3) Introdução (colocação do problema e a sua contextualização teórica; aqui surgem ainda ou as hipóteses e variáveis de estudo, ou então as questões orientadoras, dependendo do tipo de investigação);
4) Método (descrição pormenorizada da condução do estudo, de modo a que seja possível a sua replicação, onde normalmente surge a amostra, o material/instrumentos e o procedimento; mais uma vez, consoante o tipo de investigação, podem surgir aqui diferenças, como a existência do design do estudo no caso de se tratar uma investigação experimental);
5) Resultados (aqui encontramos uma grande diferença, enquanto que na investigação quantitativa tudo se gera em torno da validação estatística e da identificação de diferenças significativas dentro das variáveis analisadas, na investigação qualitativa a preocupação limita-se à identificação de factos e evidências que providenciem dados necessários para responder às questões orientadoras);
6) Discussão (sumário dos resultados, avaliando e interpretanto o seu valor, dentro da literatura analisada, deixando indicações para futuras investigações)
Contudo, apesar de esta ser uma estrutura consentânea, os Estudos de Caso, bem como as investigações mistas, etc, podem ter pequenas variações. Aquilo que distingue cada uma delas acaba por ser o seu conteúdo diferenciado. De um modo geral, a investigação segue a própria estrutura da redacção do relatório, apesar de haver momentos em que se volta atrás no processo investigativo, ou então que se verifique uma dialética entre as diferentes fases.
Almeida, L. & Freire, T. (2003). Metodologia da Investigação em Psicologia e Educação. Braga: Psiquilibrios.